30/10/2005

diálogos interrompidos

II -
são 17h55m
dói-me a cabeça
tento aproveitar o tempo
leio
quero escrever
não pensar
inventar letras
teclá-las
cruzam-se sentimentos
pequenos / grandes nadas
feitos de gestos
de (f)actos que foram correndo no
tempo
.incomoda-me o relógio.
gabriela rocha martins, inédito, in "Hydra".

12 comentários:

Anónimo disse...

Os grandes nadas do passado transformam-se em grandes e gratos sentimentos, mas não precisam já do relógio... E quando este incomoda... atira-se fora.
Um GRANDE ceijo, Amiga.

Fernanda.

Anónimo disse...

Preguiçosamente teces a muitas mãos os meandros de uma outra solidão...a dos dias que hão-de vir!

Faz, no entanto, o que a Fernanda diz. Pega no relógio e deita-o fora.

Anónimo disse...

Ainda não convém, Teresa. A hora só mudou hoje de madrugada. Deixa-a habituar-se, caso contrário, nunca mais ninguém lhe põe o olho em cima.

Anónimo disse...

Não deixe que algo a incomode. Faça da sua vida um infinito em azul e cante, minha amiga.
Cante e chore e escreva e pinte de mil palavras/cores este palácio.

Anónimo disse...

Realmente, a Anamar tem razão! Certamente foi a recente mudança da hora que nos desnorteou um pouco. Já é escuro tão cedo! Vamos iludir a hora pelas vezes que o tempo nos ilude a nós !

Fernanda.

M.A. disse...

os relógios são barcos para deitar
ao tejo.ou para esconder dentro do bolo-rei!

insólito,é verdade. mas é o que me apetece fazer aos relógios.

um beijo.
gostei deste poema-post,Amiga.

Anónimo disse...

gostaria de poder passar sem o relógio. todavia, não posso.

e não posso porque quer queira quer não ele ainda marca o compasso do tempo.

e o tempo inspira-me, não me limita.

logo, se o tempo me inspira e se o tempo é marcado pelo relógio, o relógio é, igualmente, fonte de inspiração.

conclusão - não o posso deitar fora.

e volto a baralhar as regras do jogo... ao infinito.

Anónimo disse...

Então, outra solução ...Colecção de relógios para marcarem o tempo e criarem inspiração consoante a disposição do momento !
Tudo tem remédio na vida ... excepto ....

Agora baralhei eu !
Um abraço.

Fernanda.

Anónimo disse...

não não baralhou...

se não vejamos!
a colecção de relógio serve para marcar o tempo e, simultaneamente, ser fonte de inspiração.
a inspiração é algo que não se explica. existe independentemente do tempo e do relógio. logo a inspiração existe para além de...se a inspiração existe, o tempo também.
logo existe o tempo. existe a inspiração. existe a memória e existe a recordação. existe a vida e existe a morte. tudo tem remédio. até a morte. a vida é morte. a morte é vida. porque tudo nasce. tudo se transforma.

é preciso acreditar.

e assim se baralham de novo as regras do jogo...ao infinito...

Anónimo disse...

Então ... temos mesmo de usar relógio ! Está visto...

Fernanda.

Anónimo disse...

agora sou eu que digo, não, não é preciso.
e quer saber porquê?

"o valor das coisas não está no tempo em que elas duram mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." - Fernando Pessoa.

além disso " a morte é o ponto de partida para o início de algo novo. é a fronteira entre o passado e o futuro".

por isso, para quê o relógio?

deite-o fora, minha amiga. eu vou fazê-lo, JÁ!

um beijo...

Anónimo disse...

Best regards from NY!
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