dói-me a cabeça
tento aproveitar o tempoleio
quero escrevernão pensar
inventar letrasteclá-las
cruzam-se sentimentos
pequenos / grandes nadasfeitos de gestos
de (f)actos que foram correndo no
tempo .incomoda-me o relógio. gabriela rocha martins, inédito, in "Hydra".
12 comentários:
Os grandes nadas do passado transformam-se em grandes e gratos sentimentos, mas não precisam já do relógio... E quando este incomoda... atira-se fora.
Um GRANDE ceijo, Amiga.
Fernanda.
Preguiçosamente teces a muitas mãos os meandros de uma outra solidão...a dos dias que hão-de vir!
Faz, no entanto, o que a Fernanda diz. Pega no relógio e deita-o fora.
Ainda não convém, Teresa. A hora só mudou hoje de madrugada. Deixa-a habituar-se, caso contrário, nunca mais ninguém lhe põe o olho em cima.
Não deixe que algo a incomode. Faça da sua vida um infinito em azul e cante, minha amiga.
Cante e chore e escreva e pinte de mil palavras/cores este palácio.
Realmente, a Anamar tem razão! Certamente foi a recente mudança da hora que nos desnorteou um pouco. Já é escuro tão cedo! Vamos iludir a hora pelas vezes que o tempo nos ilude a nós !
Fernanda.
os relógios são barcos para deitar
ao tejo.ou para esconder dentro do bolo-rei!
insólito,é verdade. mas é o que me apetece fazer aos relógios.
um beijo.
gostei deste poema-post,Amiga.
gostaria de poder passar sem o relógio. todavia, não posso.
e não posso porque quer queira quer não ele ainda marca o compasso do tempo.
e o tempo inspira-me, não me limita.
logo, se o tempo me inspira e se o tempo é marcado pelo relógio, o relógio é, igualmente, fonte de inspiração.
conclusão - não o posso deitar fora.
e volto a baralhar as regras do jogo... ao infinito.
Então, outra solução ...Colecção de relógios para marcarem o tempo e criarem inspiração consoante a disposição do momento !
Tudo tem remédio na vida ... excepto ....
Agora baralhei eu !
Um abraço.
Fernanda.
não não baralhou...
se não vejamos!
a colecção de relógio serve para marcar o tempo e, simultaneamente, ser fonte de inspiração.
a inspiração é algo que não se explica. existe independentemente do tempo e do relógio. logo a inspiração existe para além de...se a inspiração existe, o tempo também.
logo existe o tempo. existe a inspiração. existe a memória e existe a recordação. existe a vida e existe a morte. tudo tem remédio. até a morte. a vida é morte. a morte é vida. porque tudo nasce. tudo se transforma.
é preciso acreditar.
e assim se baralham de novo as regras do jogo...ao infinito...
Então ... temos mesmo de usar relógio ! Está visto...
Fernanda.
agora sou eu que digo, não, não é preciso.
e quer saber porquê?
"o valor das coisas não está no tempo em que elas duram mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." - Fernando Pessoa.
além disso " a morte é o ponto de partida para o início de algo novo. é a fronteira entre o passado e o futuro".
por isso, para quê o relógio?
deite-o fora, minha amiga. eu vou fazê-lo, JÁ!
um beijo...
Best regards from NY!
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