Nascido em 1925, faleceu sábado à noite, aos 82 anos
PGL Portugal.- «O paradoxo de duas pernas» ou «Luiz Pacheco é ... Luíz Pacheco», segundo Saramago, são apenas algumas das definições atribuídas ao homem/ escritor/ editor/ crítico literário que, tal «como um meteorito, passou pelo céu de Lisboa, rebentou e ficou em milhares de pedaços incandescentes, que foram caindo, e ainda hoje caem... ». Mas qualquer definição que se atribua a Luiz Pacheco será sempre insuficiente face a um percurso que se pode considerar simultaneamente trágico e cómico, mas sem dúvida, com momentos de genialidade.
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Quem foi Luiz Pacheco?
Nascido em Lisboa a 7 de Maio de 1925, Luiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco desde cedo manifestou talento para a escrita tendo frequentado o primeiro ano do curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, sendo um aluno excepcional, mas acabou por desistir por dificuldades financeiras.
Luiz Pacheco publicou dezenas de artigos em vários jornais e revistas, incluindo o antigo Diário Popular e a Seara Nova, e foi fundador da editora Contraponto, em 1950, onde publicou obras de escritores como Raul Leal, Mário Cesariny, Natália Correia, António Maria Lisboa, Herberto Hélder e Virgílio Ferreira.
Dedicou-se também à crítica literária e cultural, ganhando fama como crítico irreverente, que denunciava a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime do Estado Novo.
Nas dificuldades que passou ao longo de uma vida atribulada, em que se viu algumas vezes sem meios de subsistência para sustentar a família, Luiz Pacheco encontrou inspiração para escrever o conto "Comunidade" (1964), que muitos consideram ser a obra-prima do escritor.
Oriundo de uma família da burguesia rural, Luiz Pacheco sempre contrariou todas as regras de uma vida estável e confortável, chegando mesmo a viver de esmolas. Tanto na vida como na obra, ele viveu sempre no limite, afrontando, sem hesitação, as regras impostas pela sociedade. Numa época em que a censura não permitia a liberdade de expressão, Luiz Pacheco foi um dos escritores portugueses que abordou a homossexualidade na literatura (em obras como «O Libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor (1970)»). Chocou muita gente ao passar para texto uma cena de engate com um magala, durante a guerra colonial, naquele que ficou conhecido como um dos textos mais badalados da sua obra.
Bissexual, foi preso diversas vezes, pelos textos que publicou e pelas mulheres menores com que se envolveu. Teve três mulheres oficiais e oito filhos. Mas o facto de ter posto a literatura acima da própria família levou à desagregação daquilo que ele chamava a sua "tribo". Os textos de Luiz Pacheco são considerados na sua grande maioria autobiográficos, reflectindo muitos deles as suas vivências diárias.
Mas a importância de Luiz Pacheco vai muito além daquilo que ele escreveu.
Considerado o "Sacristão do Surrealismo", Luiz Pacheco teve um papel fundamental na literatura portuguesa enquanto editor. Publicou obras de Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Herberto Helder, Natália Correia, Virgílio Ferreira, entre muitos outros. Luiz Pacheco foi ainda o primeiro editor do Marquês de Sade em Portugal e de muitos outros autores não divulgados anteriormente.
Uma das suas facetas mais polémicas é a de crítico literário. Por diversas vezes gerou verdadeiras ondas de consternação no meio literário português, ao publicar a sua opinião sobre autores e obras. Um dos seus folhetos mais célebres ó que denuncia uma situação de plágio entre dois conhecidos escritores portugueses (plágio de Fernando Namora a Virgílio Ferreira, denunciada na sua obra «O caso do sonâmbulo chupista»).
Depois de ter vivido em inúmeras casas e quartos e de ter percorrido o país de lés a lés por diversas vezes, Luiz Pacheco "assentou" num lar em Lisboa, onde passou estes seus últimos anos. Morreu ontem no Hospital do Barreiro, o libertino, o libertário, ou mesmo como gostava de se definir numa fusão das duas, o libertinário.
Excertos do conto «Comunidade (1964)»
«Estendo o pé e toco com o calcanhar numa bochecha de carne macia e morna; viro-me para o lado esquerdo, de costas para a luz do candeeiro; e bafeja-me um hálito calmo e suave; faço um gesto ao acaso no escuro e a mão, involuntária tenaz de dedos, pulso, sangue latejante, descai-me sobre um seio morno nu ou numa cabecita de bebé, com um tufo de penugem preta no cocuruto da careca, a moleirinha latejante; respiramos na boca uns dos outros, trocamos pernas e braços, bafos suor uns com os outros, uns pelos outros, tão conchegados, tão embrulhados e enleados num mesmo calor como se as nossas veias e artérias transportassem o mesmo sangue girando, palpitassem, compassadamente, silenciosamente, duma igual vivificante seiva. (...) Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés, o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia: é a pernita da Lina, que dorme à minha frente. Apago a luz, cansado de ler parvoíces que só em português é possível ler, e viro-me para o lado esquerdo: é um hálito levemente soprado, pedindo beijos no escuro que me embala até adormecer. Voltamo-nos, remexemos, tomados pelo medo de estarmos vivos, pela alegria dos sonhos, quem sabe!, e encontramos, chocamos carne, carne que não é nossa, que é um exagero, um a-mais do nosso corpo mas aqui, tão perto e tão quente, é como se fosse nossa carne também: agarrada (palpitante, latejando) pelos nossos dedos; calada (dormindo, confiante) encostada ao nosso suor. (...) Cá em casa a nossa cama é a nossa liberdade imediata. Tem os nomes que quiserem. É a cama do pai de família, austero e mandão, ou do dorminhoco pesado quando regressa embriagado para casa. É a cama do libertino. É o leito (suponhamos!) Luís-Qualquer-Coisa, XV ou XVI, do milionário, porque nela somos reis e milionários de ternura e de abraços, de palavras ciciadas; e é o catre sem lençóis, fracas mantas, e mau cheiro, do maltês que não sabe para onde o destino o manda (e somos isto, e que de longes terras viemos! quantos naufrágios! quanta coisa fomos largando para facilitar a marcha até aqui!), a enxerga do pedinte (e nós o somos também: porque temos falta de tudo e porque acordamos de manhã sem uma bucha de pão para dar às crianças e sem saber ainda onde o ir buscar). Podia ser (dava para) um bom título de uma comédia picante, bulevardesca; UMA CAMA PARA CINCO; idem para um filme neo-realista, onde nem cama houvesse, só umas palhas podres e mijadas, com gaibéus ensonados, embrutecidos do calor e do vinho, fedor de pés, talvez um harmónio desafiando as cigarras e os grilos na cálida noite da planície alentejana. Uma cama para cinco, em herança, constituía um demorado caso de partilhas. Nós dormimos. As vezes, muitas vezes, beijos e abraços. “
O documentário “Mais um dia de noite “, de António José de Almeida
A RTP produziu recentemente um excelente documentário de 58 minutos sobre Luiz Pacheco, com realização de António José de Almeida. Neste documentário (ainda não disponível na integra na rede) temos a oportunidade de ouvir o testemunho do próprio Luiz Pacheco e o daqueles que com ele conviveram ou ainda convivem de perto. José Saramago, Mário Soares, Rui Zink, Eduardo Ferro Rodrigues, Vítor Silva Tavares e os próprios filhos, entre outros, falam da sua experiência e da sua opinião acerca de um homem que está longe de gerar consensos. Episódios únicos, relatados na primeira pessoa, com frontalidade, humor e emoção, intercalados com a representação dos próprios textos de Luiz Pacheco. Numa das suas últimas entrevistas à revista Visão, Luiz Pacheco, disse sobre este documentário, «Houve agora um filme aí ... Eu recusei-me a ver, porque não vou agora desmentir o que eles lá dizem. Chamei àquilo filme-cangalheiro: morte minha e aquilo ia logo nessa noite para a televisão!». Mais uma vez Luiz Pacheco acertou ... ontem à noite, na noite da sua morte, este documentário-filme-cangalheiro passou em repetição na RTP2”.
Apresentamos abaixo alguns excertos desta obra:
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Luiz Pacheco - o Tradutor, excerto do documentário “Mais um dia de noite“
Ligação Youtube
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Luiz Pacheco – Os amigos, excerto do documentário “Mais um dia de noite“
Ligação Youtube
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Luiz Pacheco – O cachecol do artista, excerto do documentário “Mais um dia de noite“
Ligação Youtube
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PGL Portugal.- «O paradoxo de duas pernas» ou «Luiz Pacheco é ... Luíz Pacheco», segundo Saramago, são apenas algumas das definições atribuídas ao homem/ escritor/ editor/ crítico literário que, tal «como um meteorito, passou pelo céu de Lisboa, rebentou e ficou em milhares de pedaços incandescentes, que foram caindo, e ainda hoje caem... ». Mas qualquer definição que se atribua a Luiz Pacheco será sempre insuficiente face a um percurso que se pode considerar simultaneamente trágico e cómico, mas sem dúvida, com momentos de genialidade.
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Quem foi Luiz Pacheco?
Nascido em Lisboa a 7 de Maio de 1925, Luiz José Gomes Machado Guerreiro Pacheco desde cedo manifestou talento para a escrita tendo frequentado o primeiro ano do curso de Filologia Românica da Faculdade de Letras de Lisboa, sendo um aluno excepcional, mas acabou por desistir por dificuldades financeiras.
Luiz Pacheco publicou dezenas de artigos em vários jornais e revistas, incluindo o antigo Diário Popular e a Seara Nova, e foi fundador da editora Contraponto, em 1950, onde publicou obras de escritores como Raul Leal, Mário Cesariny, Natália Correia, António Maria Lisboa, Herberto Hélder e Virgílio Ferreira.
Dedicou-se também à crítica literária e cultural, ganhando fama como crítico irreverente, que denunciava a desonestidade intelectual e a censura imposta pelo regime do Estado Novo.
Nas dificuldades que passou ao longo de uma vida atribulada, em que se viu algumas vezes sem meios de subsistência para sustentar a família, Luiz Pacheco encontrou inspiração para escrever o conto "Comunidade" (1964), que muitos consideram ser a obra-prima do escritor.
Oriundo de uma família da burguesia rural, Luiz Pacheco sempre contrariou todas as regras de uma vida estável e confortável, chegando mesmo a viver de esmolas. Tanto na vida como na obra, ele viveu sempre no limite, afrontando, sem hesitação, as regras impostas pela sociedade. Numa época em que a censura não permitia a liberdade de expressão, Luiz Pacheco foi um dos escritores portugueses que abordou a homossexualidade na literatura (em obras como «O Libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor (1970)»). Chocou muita gente ao passar para texto uma cena de engate com um magala, durante a guerra colonial, naquele que ficou conhecido como um dos textos mais badalados da sua obra.
Bissexual, foi preso diversas vezes, pelos textos que publicou e pelas mulheres menores com que se envolveu. Teve três mulheres oficiais e oito filhos. Mas o facto de ter posto a literatura acima da própria família levou à desagregação daquilo que ele chamava a sua "tribo". Os textos de Luiz Pacheco são considerados na sua grande maioria autobiográficos, reflectindo muitos deles as suas vivências diárias.
Mas a importância de Luiz Pacheco vai muito além daquilo que ele escreveu.
Considerado o "Sacristão do Surrealismo", Luiz Pacheco teve um papel fundamental na literatura portuguesa enquanto editor. Publicou obras de Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Herberto Helder, Natália Correia, Virgílio Ferreira, entre muitos outros. Luiz Pacheco foi ainda o primeiro editor do Marquês de Sade em Portugal e de muitos outros autores não divulgados anteriormente.
Uma das suas facetas mais polémicas é a de crítico literário. Por diversas vezes gerou verdadeiras ondas de consternação no meio literário português, ao publicar a sua opinião sobre autores e obras. Um dos seus folhetos mais célebres ó que denuncia uma situação de plágio entre dois conhecidos escritores portugueses (plágio de Fernando Namora a Virgílio Ferreira, denunciada na sua obra «O caso do sonâmbulo chupista»).
Depois de ter vivido em inúmeras casas e quartos e de ter percorrido o país de lés a lés por diversas vezes, Luiz Pacheco "assentou" num lar em Lisboa, onde passou estes seus últimos anos. Morreu ontem no Hospital do Barreiro, o libertino, o libertário, ou mesmo como gostava de se definir numa fusão das duas, o libertinário.
Excertos do conto «Comunidade (1964)»
«Estendo o pé e toco com o calcanhar numa bochecha de carne macia e morna; viro-me para o lado esquerdo, de costas para a luz do candeeiro; e bafeja-me um hálito calmo e suave; faço um gesto ao acaso no escuro e a mão, involuntária tenaz de dedos, pulso, sangue latejante, descai-me sobre um seio morno nu ou numa cabecita de bebé, com um tufo de penugem preta no cocuruto da careca, a moleirinha latejante; respiramos na boca uns dos outros, trocamos pernas e braços, bafos suor uns com os outros, uns pelos outros, tão conchegados, tão embrulhados e enleados num mesmo calor como se as nossas veias e artérias transportassem o mesmo sangue girando, palpitassem, compassadamente, silenciosamente, duma igual vivificante seiva. (...) Somos cinco numa cama. Para a cabeceira, eu, a rapariga, o bebé de dias; para os pés, o miúdo e a miúda mais pequena. Toco com o pé numa rosca de carne meiga e macia: é a pernita da Lina, que dorme à minha frente. Apago a luz, cansado de ler parvoíces que só em português é possível ler, e viro-me para o lado esquerdo: é um hálito levemente soprado, pedindo beijos no escuro que me embala até adormecer. Voltamo-nos, remexemos, tomados pelo medo de estarmos vivos, pela alegria dos sonhos, quem sabe!, e encontramos, chocamos carne, carne que não é nossa, que é um exagero, um a-mais do nosso corpo mas aqui, tão perto e tão quente, é como se fosse nossa carne também: agarrada (palpitante, latejando) pelos nossos dedos; calada (dormindo, confiante) encostada ao nosso suor. (...) Cá em casa a nossa cama é a nossa liberdade imediata. Tem os nomes que quiserem. É a cama do pai de família, austero e mandão, ou do dorminhoco pesado quando regressa embriagado para casa. É a cama do libertino. É o leito (suponhamos!) Luís-Qualquer-Coisa, XV ou XVI, do milionário, porque nela somos reis e milionários de ternura e de abraços, de palavras ciciadas; e é o catre sem lençóis, fracas mantas, e mau cheiro, do maltês que não sabe para onde o destino o manda (e somos isto, e que de longes terras viemos! quantos naufrágios! quanta coisa fomos largando para facilitar a marcha até aqui!), a enxerga do pedinte (e nós o somos também: porque temos falta de tudo e porque acordamos de manhã sem uma bucha de pão para dar às crianças e sem saber ainda onde o ir buscar). Podia ser (dava para) um bom título de uma comédia picante, bulevardesca; UMA CAMA PARA CINCO; idem para um filme neo-realista, onde nem cama houvesse, só umas palhas podres e mijadas, com gaibéus ensonados, embrutecidos do calor e do vinho, fedor de pés, talvez um harmónio desafiando as cigarras e os grilos na cálida noite da planície alentejana. Uma cama para cinco, em herança, constituía um demorado caso de partilhas. Nós dormimos. As vezes, muitas vezes, beijos e abraços. “
O documentário “Mais um dia de noite “, de António José de Almeida
A RTP produziu recentemente um excelente documentário de 58 minutos sobre Luiz Pacheco, com realização de António José de Almeida. Neste documentário (ainda não disponível na integra na rede) temos a oportunidade de ouvir o testemunho do próprio Luiz Pacheco e o daqueles que com ele conviveram ou ainda convivem de perto. José Saramago, Mário Soares, Rui Zink, Eduardo Ferro Rodrigues, Vítor Silva Tavares e os próprios filhos, entre outros, falam da sua experiência e da sua opinião acerca de um homem que está longe de gerar consensos. Episódios únicos, relatados na primeira pessoa, com frontalidade, humor e emoção, intercalados com a representação dos próprios textos de Luiz Pacheco. Numa das suas últimas entrevistas à revista Visão, Luiz Pacheco, disse sobre este documentário, «Houve agora um filme aí ... Eu recusei-me a ver, porque não vou agora desmentir o que eles lá dizem. Chamei àquilo filme-cangalheiro: morte minha e aquilo ia logo nessa noite para a televisão!». Mais uma vez Luiz Pacheco acertou ... ontem à noite, na noite da sua morte, este documentário-filme-cangalheiro passou em repetição na RTP2”.
Apresentamos abaixo alguns excertos desta obra:
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Luiz Pacheco - o Tradutor, excerto do documentário “Mais um dia de noite“
Ligação Youtube
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Luiz Pacheco – Os amigos, excerto do documentário “Mais um dia de noite“
Ligação Youtube
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Luiz Pacheco – O cachecol do artista, excerto do documentário “Mais um dia de noite“
Ligação Youtube
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Luiz Pacheco – O crítico, excerto do documentário “Mais um dia de noite”
Ligação Youtube
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+ Ligações externas:
Luiz Pacheco, na Wikipédia.
Luiz Pacheco 82 anos, no YouTube.
Notícia da morte de Luiz Pacheco, no DN.
Notícia da morte de Luiz Pacheco, no Público.
Mais uma notícia da morte de Luiz Pacheco, no Público.
Excertos da «Comunidade (1964)» (I).
Excertos da «Comunidade (1964)» (e II).
Excertos de «O Libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor (1970)».
Ligação Youtube
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+ Ligações externas:
Luiz Pacheco, na Wikipédia.
Luiz Pacheco 82 anos, no YouTube.
Notícia da morte de Luiz Pacheco, no DN.
Notícia da morte de Luiz Pacheco, no Público.
Mais uma notícia da morte de Luiz Pacheco, no Público.
Excertos da «Comunidade (1964)» (I).
Excertos da «Comunidade (1964)» (e II).
Excertos de «O Libertino passeia por Braga, a idolátrica, o seu esplendor (1970)».
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*obrigada, Rui Mendes.
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