15/01/2014

Mini-soneto


QUEM, COM LEVEZA DE MÃO




quem, com leveza de mão,
afaga minha cabeça?
o mais certo que aconteça
é ser o vento suão.

iludido, o coração
‘inda espera que apareça
alguém, que por afeição,
a mão me estenda sem pressa –

e em meus cabelos pousada,
vá abrindo a madrugada,
numa carícia sem fim;

‘té que triste e humilhado,
por esse vento enganado,
fujo pra dentro de mim.


                                         António Simões


foto: augusto mota / teia de aranha orvalhada, com manipulação cromática.

 

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