19/01/2014

Soneto



COMPAGINANDO


Quando o governo inteiro compagina
Prò país o que acha ser preciso,
Flébil parlamento palra em surdina,
Entra a humana razão em pré-aviso.

Mas quando alguém mergulha na tina
E esfrega o lombo com Dove abrasivo,
Pla nossa mente passa, sibilina,
A certeza de perder-se o siso.

Quando entre ais, uivos e dislates,
Com alface, cenoura, mas sem tomates,
O tempero falta à nacional salada;

Quando não há bom senso e nada presta,
A gente pergunta: “Que Pátria é esta?”,
E, perplexa, a Pátria fica calada.


                            A. Inocêncio Príncipe, 2005


* editado por augusto mota

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