11/10/2005

Pórticos de Mistério

Em dedos recortados de zimbro
e de acanto,
as mãos, a sombra, a vivência.
O degelo nocturno
das águias que perseguem
o corpo, a fluidez,
o fulgor das pedras, o ardor
das mãos.
Em contornos vazios que
o silêncio acende.
No negrume da telha
corroída.
Entre folhas densas, lintéis
de bruma,
manchas de caliça.
Pórticos de reminiscência
e mistério.
De ruína e lassidão.
Maria do Sameiro Barroso, in "Mnemósine".

4 comentários:

Anónimo disse...

O espanto.
Uma Poeta que se afirma num poema cheio de um erotismo ora construtivo ( em si ) ora destrutivo ( no outro ).

Uma simbologia de beleza interior.

Anónimo disse...

De ruína e solidão vou construindo um mundo onde os Poetas têm lugar cativo.

Anónimo disse...

como o muito se pode dizer em meia dúzia de palavras. obrigada, Pedro Alascér!

Anónimo disse...

muito obrigada, Isabel!