01/12/2005

A que trago dentro

Imagino-te à porta, à minha espera,
Numa casa que é só pensamento -
Venho de longe, duma outra era,
Mas tu vives para além do tempo.
Tu és a que foste, a que já era
Antes de o meu próprio nascimento,
E que minha alma sem saber trouxera
Nos sonhos que eu à noite invento.
Teu avental feito de ar ou linho,
Preso à linha grácil da cintura,
Os braços puxando-me para ti.
E na luz desses olhos adivinho
Uma emoção que tudo transfigura:
Foi sempre e só contigo que vivi.
António Simões, inédito.

7 comentários:

Anónimo disse...

Tinha saudades dos superiores poemas deste Poeta maior.
Obrigada pela publicação, e, obrigada Poeta António Simões por este soneto.

Anónimo disse...

Um afectuoso abraço.

Anónimo disse...

Nada mais significativo do que este cair de noite ao sabor das palavras do Poeta António Simões.
É sempre tão agradável lê-lo.

Anónimo disse...

Tão subtil e tão doce este jogo de palavras de António Simões.
Tão cheio de Alentejo e sol.

Anónimo disse...

Outro belo poema de Amor de António Simões. Ao lê-lo, pensei na Mãe.

Anónimo disse...

Não foi, apenas, a Fernanda. Porque será?

Anónimo disse...

Muito obrigada, Amigos.

A gerência.