pelas montanhas oblíquas
desenham as mulheres
o rosto com os dedos
rostos sempre tapados
para o terror dos vivos
não sei se elas se mostram
o que ao mundo querem dizer
freiras absurdas do vento e do medo
murmuram: "irmão, não deves rir"
não sei se elas se mostram
não sei se elas vão ser
não sei se elas não choram
se cantam um burburinho forte
ou se são fadas com gemidos
sempre sempre sempre a dormir não sei se elas são estátuas
não sei se são de vidro Maria Azenha, in "Nossa Senhora de Burka"
4 comentários:
Resolves pela palavra - POETA - um segredo que o teu bonito sorriso cobriu de mil silêncios.
Em Silves fizeste luz.
Ao sul a POESIA cresceu num amarelo ouro.
Foi Abril. As portas se abriram e se fez canto. MAIOR.
e de que maneira se viveu POESIA, em Silves... foi muito bonito o que então se fez...
a Maria Azenha é daquelas pessoas que antevejo em...recordações de um sorriso muito bonito...ou palavras firmes ditas com muita douçura.
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