26/09/2005
Barco-lergo. Linóleo 14X10cm
Augusto Mota. 1965 Como se os corpos flagelados dos navios
fossem a minha própria carne.
aqui me tens exacto, real e nu -
-apenas com um heroismo averbado à margem
da minha biografia:
"Salvou a lua de morrer afogada num espelho". Aqui me tens, adjacente ao teu corpo e ao teu tempo,
neste estaleiro antigo onde o sonho e a angústia
dos homens geram barcos
sob a vista de um mar que se masturba. E, afinal, é só uma a verdade que quero desfolhar
sobre o intrínseco de tua adolescência:
Aquela que esqueceu aos próprios deuses
não obstante os nós mnemónicos que deram no pescoço
dos cisnes. Eis porque das profundezas de mim é que te surjo
a contemplar-te. E exulto - exulto porque sinto
que é o infinito quem ouga nos teus olhos. Francisco Arcos, in Contacto - suplemento cultural de O ALMONDA
por
António Simões ,Augusto Mota e Gabriela Rocha Martins
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3 comentários:
Também eu sou do tempo em que se faziam suplementos culturais de muita qualidade.
Ainda rabisquei algumas coisinhas, na mesma década, no suplemeento literário do Diário de Lisboa.
Por isso, meus Amigos e Adolescentes Guerreiros que os nossos ideais de antanho permanecem invioláveis nos dias de hoje para que amanhã floresçam em mãos ainda livres... Será possível o sonho?
O Infinito permanecerá incólume em nossos olhos enquanto assim o quisermos.
Desde que a Labareda do Amor e da Liberdade permaneça ateada em nossos seres.
justissímas palavras.
porque quem fala assim é um Senhor.
muito obrigada, Manuel.
idem, Ricardo.
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