Que é alva como a farinha -
Cal dos montes, afinal,
Onde a brancura é rainha. Minha mãe amassa a lã
De imaginário rebanho -
Come-se o pão de manhã:
Pão fofo, sabor estranho... Minha mãe amassa o touro
Correndo pela planura -
Vindo do curro do forno,
Esse pão ninguém segura. Minha mãe amassa o rio,
Que é a sua mente inquieta -
Comeu desse pão, sorriu,
Seu filho ficou poeta. Minha mãe amassa o grande
E o mais pequeno também -
E o pão se encolhe e se expande,
Ao sabor da minha mãe.
Minha mãe amassa a cor
Da aurora quando nasce -
Come-se o pão, e o rubor
Vem alegrar-nos a face. António Simões, in "Minha Mãe Amassa o Pão", Câmara Mun. de Beja
2 comentários:
O meu sincero e prestigioso tributo ao poeta dos "montes alentejanos" adivinhando outros altares de branco...
grande final
( por ora )!
venha sempre, meu Amigo... e traga mais cinco, também!
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