Como se as palavras terminassem
Como se as palavras nascessem cegas
Como se as palavras dissessem vergonha
Como se as palavras desvelassem segredos
Como se as palavras naufragassem desejos
Como se as palavras fossem um dia e uma noite
E um dia e uma noite existissem sem elas Como se o medo fosse a sua esteira
e as palavras, elas próprias, ditassem poemas
matrículas, óculos vermelhos
e marchassem dentro dos olhos
e inflamassem joelhos Como se as palavras calassem mentiras e a fome
Como se as mentiras dissessem maçãs e a verdade
Como se as palavras não existissem
nem existisse amor nas palavras
nem ódio nem paixão
nem poema Sandro William Junqueira, inédito, Julho 2005
5 comentários:
Belíssimo, Sandro.
Como sempre, aliás.
Aguardo mais e mais....!
Doce.
Suave.
Forte.
Belíssimo...o Poema!
nunca umas palavras foram tão bem utilizadas.
obrigada, meninas
( tenho a certeza que o Sandro vos agradecia bem melhor do que eu, mas paciência, contentem-se com este beijinho )
eh!eh!eh!eh!certo, hem?
As PALAVRAS ...
Soube-me bem, este texto/poema.
Fernanda.
lindíssimo.
Enviar um comentário