Feiticeiro sem deuses, reconheço
o limite dos meus encantamentos.
Só em raros momentos
de inspiração
eu consigo o milagre de um poema,
teorema
indemonstrável pela multidão. Mas é desse limite que me ufano:
ser humano
e poeta.
Humildemente,
com toda a paciência da terra,
com toda a impaciência do mar,
aguardo o transe, a hora desmedida;
e é o próprio rosto universal da vida
que se ilumina,
quando o primeiro verso me fulmina. Miguel Torga
Sem comentários:
Enviar um comentário