pintores do medo
vós que fazeis
a tolerância
servida
da mulher-objecto
não decalqueis
meu esqueleto
no equívoco
artrítico
dos vossos dedos
fui
o minuto
do subsequente
a dúvida
emprestada
da vossa insónia
fui
o acrílico
pré-fabricado
o possível
impossível
da vossa certeza
prisioneiros do ontem
vós que servis
o círculo
empoado
da POESIA
não inventeis
meus complexos
no degredo
incerto
dos vossos códigos
sou
o cinzel
da igual valia
a imprudência
prudente
do vosso sono
sou
a abcissa
do consciente
o epílogo
selado
da vossa palavra
serei
a jogada
do inverosímil
a sílaba
.o verso.
gabriela rocha martins
4 comentários:
Há neste poema um forte "cheiro" a Natália Correia...
Gosto de poetas com garra.
Continua, Gabriela.
Porque será que este poema me traz à lembrança as noites no "Botequim" e as madrugadas "chez Natália"?
Estamos a ficar velhos, querida Amiga!
Lembras-te?
No regresso a casa, costumavas dizer que um dia escreverias o teu poema.
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