17/05/2005

pintores do medo
vós que fazeis
a tolerância
servida
da mulher-objecto
não decalqueis
meu esqueleto
no equívoco
artrítico
dos vossos dedos

fui
o minuto
do subsequente
a dúvida
emprestada
da vossa insónia
fui
o acrílico
pré-fabricado
o possível
impossível
da vossa certeza

prisioneiros do ontem
vós que servis
o círculo
empoado
da POESIA
não inventeis
meus complexos
no degredo
incerto
dos vossos códigos

sou
o cinzel
da igual valia
a imprudência
prudente
do vosso sono
sou
a abcissa
do consciente
o epílogo
selado
da vossa palavra

serei
a jogada
do inverosímil
a sílaba

.o verso.

gabriela rocha martins

4 comentários:

Anónimo disse...

Há neste poema um forte "cheiro" a Natália Correia...

Anónimo disse...

Gosto de poetas com garra.
Continua, Gabriela.

Anónimo disse...

Porque será que este poema me traz à lembrança as noites no "Botequim" e as madrugadas "chez Natália"?
Estamos a ficar velhos, querida Amiga!

Anónimo disse...

Lembras-te?
No regresso a casa, costumavas dizer que um dia escreverias o teu poema.