31/12/2007
30/12/2007
.....................feliz ano novo
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__________________________________feliz ano novo________________________________
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_________________________________ fotografia retirada da net
manipulação e composição de gabriela r martins.
28/12/2007
Receita de Ano Novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
( mal vivido talvez ou sem sentido )
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior )
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
( planta recebe mensagens?
passa telegramas? )
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
27/12/2007
16/12/2007
15/12/2007
Lançamento da I Antologia dos Poetas Lusófonos
Arménio Vasconcelos, presidente do Elos Clube de Leiria, no uso da palavra.
Marita Minelli da Academia Brasileira de Letras ( e outras Academias ).
A assitência.
Sala do auditório da sede da Região de Turismo de Leiria/Fátima ,em Leiria.
Outro ângulo da assistência.
******
Presidente do Brasil saúda I Antologia de Poetas Lusófonos
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, endereçou uma mensagem de cumprimentos à Editora leiriense Folheto Edições, após ter conhecimento da apresentação da "I Antologia de Poetas Lusófonos", levada a efeito, hoje, dia 15 de Dezembro de 2007
A "I Antologia de Poetas Lusófonas" é uma edição da Editora leiriense Folheto Edições & Design com a colaboração do Elos Clube de Leiria.
Participaram 81 Poetas de 9 Países de 4 Continentes (Europa, América, África e Ásia), com 244 Poemas.
Esta obra, com 264 páginas, que tem como objectivo a promoção da Língua Portuguesa, apresenta na capa uma obra de arte da autoria do reconhecido artista plástico brasileiro, neo surrealista, comendador Renato Bordini.
Depois da apresentação em Leiria, a "I Antologia de Poetas Lusófonos" será apresentada em Lisboa na Livraria Bulhosa, Faro, Zurique (Suíça), Paris (França) e também no Rio de Janeiro (Brasil).
12/12/2007
de um exercício escolar:"sublinhar as expressões..."
o voo livre da ave
é um traço no azul da tarde -
um simples traço branco.
mas das vozes que ouço,
desse rumor fraterno dos homens,
nasce um canto de amor -
o voo da ave,
livre, pelo céu macio,
sublinha o canto.
10/12/2007
Convite
04/12/2007
AQUI-AMANHÃ .3 amor
03/12/2007
29/11/2007
Na génese dos frutos
lavrando o trigo, o orvalho, o silêncio sagrado,
as árvores do mundo.
Nas planícies resplandecentes, vivo até ao seu último degrau.
Na matéria destruída vivo, cresço.
No domínio das trevas, trabalham os deuses,
os altares, os livros por dentro, as muralhas sagradas.
Pouco a pouco, escuto as portas, os ruídos,
os labirintos de febre, o fulgor das brancas alavancas.
Nas ruas, viajo com a bruma, a chama, o alecrim.
Nas vielas antigas, vivo, cresço.
Nas fachadas barrocas, habita o ouro, o esmalte,
o azul, um violino.
Nos montes, há feno, névoa, nascentes eternas,
santuários sumptuosos, flores de rosmaninho.
Na fonte do Ídolo, uma oferenda, uma inscrição,
um culto antigo -
uma deusa de nome Nabia abençoa o lugar
onde o silêncio flui e os lábios se reúnem.
Nos muros da Sé, uma pedra recorda uma inscrição
de uma sacerdotiza da deusa Ísis.
Às portas da cidade, sou ritmo de chuva, alfazema,
luzeiro de estrelas,
eco da cidade indígena, romana, medieval.
Subo pelas lâmpadas, pelas asas, as alamedas,
os jardins, as janelas brancas.
Em sílabas dormentes, lavro todas as sínteses,
entre cinza, broquéis, coroas de ouro.
Berço de mim, corola acesa, meu corpo é litania,
ardor, dourada semente.
Na pedra indissolúvel, habito a pedra, as criptas, a luz.
Na memória errante, paira o meu nome,
cálice, flor, lira ancestral,
colina verde, lua vaporosa, sacrário do tempo.
Maria do Sameiro Barroso, in "Mealibra", nº 21, Centro Cultural do Alto Minho, Outono 2007, pp. 139-140.
Textos Transversais de Augusto Mota.
25/11/2007
1052 .Emily Dickinson ( 1830-1886 )
I never saw the Sea-
Yet know I how the Heather looks
And wath a Billow be.
I never spoke with Good
Nor visited in Heaven-
Yet certain am I of the spot
As if Cheeks were given- _____________________ Nunca vi uma Charneca-
E o que uma Onda é sei imaginar Nunca falei com Deus
Como se tivesse o Mapa na mão
in "Antologia de Poesia Anglo-Americana - de Chaucer a Dylon Thomas", ( edição bilingue ), selecção, tradução, prefácio e notas de António Simões, ed. Campo das Letras, 2002, pp.334-335.
18/11/2007
fogo de artifício
Augusto Mota, inédito, in "Geografia do Prazer", 2000.
15/11/2007
manhã, manhã, manhã
sê quanto és:
na solidão da rua,
na solidão da casa,
teu pensamento mantenhas
numa linha clara;
e lá dentro de ti,
na solidão que és,
acende tua fogueira:
arda tua esperança,
tuas horas lúcidas
aquelas em que foste
coração do mundo
gerando a manhã.
e nasça e irrompa
na fogueira clara,
tua alma, teus dedos
acariciando o fruto,
asa de frescura,
a paz apetecida,
da negada manhã.
sê quanto és
sê intenso e claro;
aperta em teus dedos
o fruto conseguido;
aperta, dá-lhe a forma
do vento que te leva
pelo coração dos outros -
ai asa de ternura,
coração do mundo
sangrando a manhã.
e na noite que te envolve
mantém a alma acesa
fermentando o DIA.
Poema inédito de António Simões
Fotografias de Fernanda Sal Monteiro, em Paris.
13/11/2007
um grão de texto musical
soprado na minha flauta
onde dormia obscura fome
num dó num ré num sol afogado
na minha pauta encrostado
vibrando na minha mão
por meus lábios encontrado
fotografias de Fernanda Sal Monteiro ,em Paris
08/11/2007
a estação fértil
Augusto Mota, inédito, in "A Geografia do Prazer", 2000.
04/11/2007
Sonnet XVIII
Thou art more lovely and more temperate.
Rough winds do shake the darling buds of May,
and summer's lease hath all too short date.
Sometime too hot the eye of heaven shines,
and often is his gold complexion dimmed;
and every fair from fair sometimes declines,
by chance or nature's changing course untrimmed.
But thy eternal summer shall not fade,
nor loose possession of that fair thou ow'st,
nor shall Death brag thou wand'rest in his shade,
when in eternal lines to time thou grow'st.
William Shakespeare ( 1564-1616 )
Tradução de António Simões
Fotografia de Fernanda Sal
Arranjo gráfico de Augusto Mota.
01/11/2007
....................pai
quero.me na criança que atravessa
o quarto desenhado a preto e
branco e
onde guardo os abraços firmes
de meu paitenho.o na imagem que revejo e
nos barcos que deixam
sós
o caissão como eu feitos
de gritos
e de silêncios
vagosrevejo.me na criança que brinca
à cabra cega e ao arco e
sinto.a tão próxima de mim
que tenho medo de perdê.la
ao acordarhá um ritmo em cada estação de vida
e a paragem mais próxima
do teu nomepai
é o verbo a conjugar
___________________________
ainda digo mãe
mas pai já não
quando o digo
é um sussurro
estranho quase mudo
espero um pouco
tenho uma festa no cabelo -
como se da vida inteira
nesse instante tivesse tudo1ºtexto - gabriela r martins ,inédito ,"canto.chão"
2º texto - josé r marto ,inédito
edição - gabriela r martins.
31/10/2007
cantos de outro tempo - 1ª série
noite funda, amor;
absurda e louca noite longa
em que ninguém adormece.
tua mão na minha - uma flor!
( a esperança que o amor prolonga )
- e em nossas mãos amanhece!
2. sim
irmão, é aqui -
é aqui que o mumdo acaba e principia,
onde as crianças riem dos mistérios
e os rios correm sem metáforas;
onde os homens de pedra envelhecem
e os deuses ressonam e cheiram mal dos pés:
é aqui.
AQUI-AMANHÃ
António Simões, inéditos, "cantos de outro tempo".
Textos Transversais de Augusto Mota.
24/10/2007
a faina maior
Augusto Mota, inédito, in "Geografia do Prazer", 2000.
21/10/2007
as mãos
as mãos todas
as mãos de todas as coisas-
as mãos das árvores e das nuvens
as mãos das pedras e das flores
as mãos dos pântanos e dos rios
as mãos da terra e do mar;
tudo e toda a gente de mãos dadas
a lançar a semente da seara futura-
grumete ,uma nova experiência ,feita com muita amizade ... e
não se zangue com sua - dele - ousadia )
16/10/2007
....................o verbo
13/10/2007
03/10/2007
Entregas
ardendo como papel, vibrando como lume
olha esta demora pelo corpo pelo cutelo
pala vibração do sangue pela tensão, estou mudo
olha a minha pele, a cor castanha, a veia negra, vermelha
olha este pulsar de mão, esta franca distensão, a veia azul
olha a minha pele nua, escura, tecendo como agulha
o risco, e nela o florescer do tempo neste instante
na corrente das horas permanece quente, dura
olha a minha pele, a carne, o lume que incendeia
continua aceso, agora o sangue alumia
e a nossa obsidiante teia irradia
a vibrante, a perfeita, a inconclusa teia.
olha a minha pele, olho a tua nela
no momento incandescente morremos
com a pulsão dos dentes mordemos
a luz comovente, aberta da janela
José Marto, inédito, 2006.
Fotografia e composição de Augusto Mota sobre poema de Maria Toscano.
30/09/2007
23/09/2007
cinco variações para o mesmo tema - Outono
canto por ti o vento
a vida
em mês de Outono
e
a folha
guarda o sentido
oculto
.em mim.
gabriela r martins ,in "canto.chão".
fotografias e composições de Augusto Mota sobre poemas de António Simões e gabriela r martins.
12/09/2007
Voa meu Corpo
na brisa do vento,
no bafo do suão
que arde violento
e varre as planuras
como um lobo de lume -
Voa ,meu corpo,
ancorado na luz.
4. Falávamos do tempo
Falávamos do tempo -
Tocaste-me ao de leve os cabelos
e foste abrindo clareiras para o vento passar;
perto, uma mulher cantava em surdina,
num quintal, encostada a um muro de pedras soltas -
O sol do Alentejo cegava-nos as palavras:
o que íamos dizendo sobre o tempo
escorria-nos agora dos nossos olhos
ancorados na luz.
António Simões ,inéditos , 1999.
Composições de Augusto Mota sobre poemas de António Simões.
05/09/2007
miosótis
03/09/2007
Dizendo
no branco véu oculto, nas pedras , na sede
ou na água do próprio gado
está outro deus presente,
talvez do mar profundo
a ressomar no retolhado.
Nunca pronunciei bem certas palavras -
sempre traído pela escuridão fonética
das espadas da minha fala
digo castelo
e de guerreiro fiel ao dizê-lo,
visto à espreita no vale a minha pele
digo cruz ,digo rei
digo magoada solidão
e nela a cruz da mulher da grei
o deus nos olhos é de mágoa
as preces longínquas nas estradas
são de água
digo desembainhada espada,
o mesmo é dizer uma flor branca,
saída do colo de uma princesa perdida
digo sal e uma barca salta dos dedos
aos olhos do guerreiro
escondido, atento ao rio
nunca pronunciei bem certas palavras -
sempre traído pela escuridão fonética
das espadas na minha fala
a ver rezar:
- à outra, à mesma ou à sobreposta pedra
in a celebração dos dias
José Marto, inédito.
Fotografias de Augusto Mota.
31/08/2007
Excessos
3. Excessos
Excessiva, esta emoção
de fim de tarde -
Excesso
de quem traz dentro do peito
o universo
e sente rebentar-lhe o coração
porque a alma já não cabe
4.Ninguém Mais
Numa galáxia distante,
um pássaro pousou
numa pedra
num som quase imperceptível de veludo -
Ninguém mais o ouviu em todo o universo
senão minha alma que ouve e sabe tudo
5.Tão leve Que Fica
Há os que passam na rua
e mal tocam o chão,
têm passos de lua,
tão leves que vão.
e pesa um milhão,
neles é levitado
porque aos outros se dão. São mistérios do amor
que assim se multiplica:
a alma do doador
deu tudo, ficou mais rica. Quando a alma se eleva,
o corpo logo levita,
de amor tão pesado
tão leve que fica. António Simões, poemas inéditos
Brian Eno, "The Plateau of Mirror, First Ligth" and "Becalmed"
26/08/2007
48 .silogismo
acarinhada seria a enunciação de
uma premissa. A exuberância dos
canteiros a conclusão lógica de tão
aromáticas proposições.
Montagem de gabriela r martins sobre fotografias de Augusto Mota.
23/08/2007
2. O Cálice dos Olhos
Exausta
da travessia-embriaguez da noite,
a andorinha tua alma
ainda dorme
no aconchego das pálpebras,
no silêncio desta página -
Viremo-la, pois,
sem rumor,
e passemos,
pé-ante-pé
ao próximo
poema
António Simões, inédito.
Composições de Augusto Mota sobre poemas de António Simões.