27/10/2005

Canto A Mim Mesmo


Walt Whitman, poeta, nasce, no dia 31 de Maio de 1819, em West Hills, Long Island.
Em 1835 trabalhou como impressor em Nova Iorque e no Verão do ano seguinte começou a ensinar em East Norwich, Long Island. Entre 1836-1838 deu aulas, e de 1838 a 1839 editou o semanário "Long Islander", em Huntington. Voltou ao ensino depois de participar como jornalista, em 1840-41, na campanha presidencial de Van Bure.
No início de Julho de 1855 publicou, em edição de autor, a 1ª edição de "Leaves of Grass" que não mencionava o seu nome, e, continha, apenas, 12 poemas e um prefácio.
A sua obra poética centra-se na colectânea "Leaves of Grass", dado que, ao longo da sua vida, o poeta dedicou-se a rever e completar aquela colectânea que, durante a sua vida, teve oito edições.
A 2ª edição era composta por 32 poemas, intitulados e numerados. Entre eles encontrava-se "Poem of Walt Whitman, an American", que haveria de chamar-se "Song of Myself" ( Canto de Mim Mesmo ).
Esta edição, publicada no Verão de 1856, foi recebida, por alguns críticos com entusiasmo, mas mal recebido pela maioria, o que, no entanto, não impediu Whitman de continuar a trabalhar novos poemas para a referida Colectânea.
Walt Whitman faleceu a 26 de Março de 1892.
Cinco anos mais tarde foi pubicada, em Boston, a décima edição de "Leaves of Grass ( 1897 ) a que se juntaram os poemas póstumos "Old Age Echoes".
Nos seus poemas, Whitman elevou a condição do homem moderno, celebrando a natureza humana e a vida em geral, em termos muito pouco convencionais. Em "Leaves of Grass", Whitman exprime, em poemas visionários, um certo panteísmo e um ideal de unidade cósmica que o Eu representa.
"Introduziu uma nova subjectividade na concepção poética e fez da poesia um hino à vida. A técnica inovadora dos seus poemas, nos quais a ideia de totalidade traduziu-se no verso livre, influenciou não apenas a literatura americana posterior, mas todo o moderno lirismo, incluindo Fernando Pessoa".
Canto a Mim Mesmo
( fragmentos )
1
Com música forte eu venho,
com minhas cornetas e meus tambores:
não toco hinos
só para os vencedores consagrados,
toco hinos também
para as pessoas batidas e assassinadas.
Vocês já ouviram dizer
que ganhar o dia é bom?
Pois eu digo que é bom também perder:
batalhas são perdidas
com o mesmo espírito
com que são ganhas.
Eu rufo e bato o tambor pelos mortos
e sopro nas minhas embocaduras
o que de mais alto e mais jubiloso
posso por eles.
Vivas àqueles que levaram a pior!
E àqueles cujos navios de guerra
afundaram no mar!
E a todos os generais
das estratégias perdidas,
que foram todos heróis!
E ao sem número de heróis maiores
que se conhecem!
Posted by Picasa

5 comentários:

Anónimo disse...

Um repouso de guerreiro...

Anónimo disse...

Por muito boas, as traduções ficam sempre muito aquém. É pena!

Anónimo disse...

Hoje concordo consigo, Teresa!
É pena esta tradução tão literal...

Anónimo disse...

Pois eu não!
Há em Whitman uma força poética que fica sempre muito aquém e além de quaiquer traduções.
Os verdadeiros poetas são-no em quaiquer circunstâncias.
E Whitman, meus amigos, é!

Anónimo disse...

meninos!
haja calma...é na disparidade de ideias que se faz luz.
ainda bem que há discordância.

e quem sou eu para contra- argumentar?
resisto.

não. não o faço.