08/11/2005

as mãos

as mãos
as mãos todas
as mãos de toda a gente
as mãos de todas as coisas -
as mãos das árvores e das nuvens
as mãos das pedras e das flores
as mãos dos pântanos e dos rios
as mãos da terra e do mar;
as mãos todas agarradas,
tudo e toda a gente de mãos dadas
a lançar a semente da seara futura -
e as mãos do vento a escrever ternura
no ar!
António Simões.

5 comentários:

Anónimo disse...

Sinto uma enorme cumplicidade com este poeta.
Por isso não resisto, e diariamente visito este blogue à espera de novas publicações.
António Simões brinca com as palavras e a Poesia como só os grandes poetas podem fazê-lo.
Obrigado, Simões, amigo.

Anónimo disse...

Nunca ninguém lhe disse, amigo Simões, que a sua escrita incomoda Deus?

Atente à fúria divina!

Anónimo disse...

Do punho cerrado à mão aberta, na dádiva de um amor fraterno, vai este Poeta, mestre da escrita, construindo as cearas do amanhã, com a beleza risível dos Utópicos.
Obrigada, António Simões, por, através da escrita, viabilizar o encontro dos impossíveis.

O construtor do mundo novo.

Ainda não tinha tido a oportunidade de agradecer-lhe, publica e pessoalmente, a oferta do seu livro "A Festa das Letras", com que, diariamente, adormeço os netos, e, que o António Simões fez o favor de me oferecer, autografado.

Desculpe-me, e, não fora a chamada de atenção da nossa comum amiga, Maria Gabriela, a vergonha ainda seria maior. Penitencio-me, mas, acredite que os afazeres foram imensos e estes, às vezes, fazem-me estas partidas.

Anónimo disse...

As mãos. A carícia. A ternura consentida.
A arte divina de poetar...

Anónimo disse...

( aqui, passo lesta sem comentar os comentários... )