Gracioso filho de Pã! Ladeando a tua fronte coroada de bagas e de florinhas, os teus olhos, esferas preciosas, movem-se. Duas manchas de esterco cavam-te as faces. Os teus caninos brilham. Teu peito é uma cítara, pelos teus braços loiros correm campainhas. O coração bate-te nesse ventre que abriga, adormecido, o duplo sexo. Passeia-te, de noite, articulando docemente a coxa, essa segunda coxa, e essa perna esquerda.
Jean-Arthur Rimbaud, Iluminações, Uma Cerveja no Inferno
( Tradução de Mário Cesariny )
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