21/06/2005

A Grande Mãe e o Deus Cornífero


Princípio Masculino Posted by Hello
As primeiras manifestações de devoção registadas pelo homem, como vimos, remontam à Pré-História e às Madonas Negras. Elas representavam o aspecto feminino do poder da Natureza e eram a personificação da Grande Mãe. Quando, na Lua Crescente, a mulher iniciava a sua ovulação, chegando ao máximo na Lua Cheia, e, por fim, menstruando, essa sintonia trouxe a associação da Lua como uma nova face da deusa. A Grande Mãe dava alimento ( plantações, frutas, ervas, etc. ), calor e protecção no Verão, no Outono e na Primavera.
Mas, e no Inverno, quando o frio acabava com tudo, quem os protegia?
Surgiu, então, o papel do Homem, do caçador da tribo. Quem caçava melhor recebia as presas e os cornos da caça como símblo de poder e honra. Associou-se um aspecto masculino à Grande Mãe, que buscaria assim o equilíbrio. Criou-se o Deus Cornífero, e daí o culto ao deus dos animais e da fertilidade.
Da mesma forma que toda a luz nasce da escuridão, o deus, símbolo solar da energia masculina, nasceu da deusa, sendo seu complemento, trazendo os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria. Da mesma forma que o sol nasce e se põe todos osdias, o deus mostra-nos os mistérios da morte e do renascimento. Nasce da Grande Mãe, cresce, torna-se adulto, apaixona-se pela deusa virgem e fazem amor. A deusa fica grávida. O deus morre no inverno ( no fim dele ) e renasce novamente, fechando o ciclo de renascimento, que coincide com os ciclos da natureza e da vida. Por isso ele também é conhecido como o "Consorte da Deusa", "Doador de Vida", "Senhor da Morte e Ressurreição", "Deus das Sementes, Flores e Frutos", "Antigo Deus da Fertilidade", "Senhor da Dança", "Cernunnos", "Herne", "Pan" e "Osíris".

Por outro lado, a Roda do Ano, representada pelos oito sabás, tem por objectivo sincronizar a nossa energia com as estações do ano, ou seja, com os ciclos da Terra e do Universo. Para alguns, o ano inicia-se no Solstício de Inverno. Outros preferem a noite de 31 de Outubro, data conhecida como Halloween, mas cujo nome tradicional é Samhain, que significa "sem sol", referindo-se ao Inverno. Corresponde, igualmente, ao ano novo judaico.

No Solstício de Inverno ocorre o nascimento/renascimento do deus. Nos sabás da Primavera, do Verão e do Outono, ele tem o seu crescimento, puberdade e maturidade. A sua morte ocorre no sabá de Samhain. Após a morte ele retorna ao ventre da Deusa Mãe até ao solstício do inverno seguinte, quando renasce. Este é o ciclo mítico do nascimento-morte-renascimento que se repete todos os anos. E a deusa, em todos estes aspectos, é adorada ao longo do ano.

Litha - Solstício de Verão ( 21 de Junho )

Neste dia o sol atinge a sua plenitude. É o dia mais longo do ano. O Deus Cornífero chega ao ponto máximo do seu poder. Este é o único sabá em que o seu poder é enorme. É hora de coragem, energia e saúde. Mas é necessário não esquecer que, embora o deus esteja na sua plenitude, é, também, nessa hora que ele começa a declinar. Logo, ele dará o último beijo à sua amada, a deusa, e partirá no barco da morte, em busca da terra do Verão. Tudo no Universo é cíclico.

Excertos de "A Religião da Deusa" de Claudiney Prieto

7 comentários:

Anónimo disse...

Um estudo que, parece-me requerer maior aprofundamento, mas, não deixa de ser bastante corajosa a forma como aflora, sem falsos pudores linguísticos, assuntos desta natureza.
Parabéns, espíritos de luz!

Anónimo disse...

Há certos lugares no Mundo, caso entre muitos de Inglaterra e Portugal, onde, anualmente estas tradições são revividas no dia 21 de Junho,Solstício de Verão, em que se comemora o casamento do deus pagão com a deusa

Anónimo disse...

Estas, são das tais tradições milenares, que devem ser preservadas.

Anónimo disse...

Tem piada!
Há pouco, no telejornal da hora do almoço vi e ouvi uma referência a esta tradição.
Agora, chego aqui e vejo-a descrita e com poemas.
Uma forma muito interessante de comemorar o princípio da estação do ano que mais aprecio - O Verão.

Anónimo disse...

Ainda hoje, nas coutadas, os caçadores que abatem os animais de maior porte, ficam com os animais mortos. Mandam, então, moldurar, com menção de data e local, as presas ( dentição ) e armações do(s) amimal(ais) como símbolo da sua coragem e galhardia.
Manifestação de como, através de séculos e de cicvilizações, as tradições de justificam e prevalecem.

Anónimo disse...

Há tradições e tradições e sabes muito bem o que penso de caçadas, touradas e quejandos...todavia, Ana, agradeço a informação - que desconhecia - e fico-me por aqui.

Anónimo disse...

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