19/06/2005

Garabato/Garatuja - Noche de Verano/Noite de Verão


Octavio Paz nasce na cidade do México, em 31 de Março de 1914. Foi Prémio Nobel da Literatura em 1990, e autor de "Pedra do Sol" e "Signos em Rotação", entre outros.
Entrou em contacto com a literatura, graças à biblioteca pessoal de seu avô, um dos primeiros autores mexicanos a escrever romances com temática indígena.
Juntou-se ao serviço diplomático do país em 1945, cargo a que renunciou em 1968, em protesto contra a repressão a manifestações estudantis. Além de poeta, o autor foi um prolífico ensaísta, com textos sobre crítica literária e de arte, história e política.
Octavio Paz morreu em 19 de Abril de 1998.Posted by Hello
Con un trozo de carbón
con mi gis roto y mi lápiz rojo
dibujar tu nombre
el nombre de tu boca
el signo de tus piernas
en la pared de nadie
en la puerta prohibida
grabar el nombre de tu cuerpo
hasta que la hoja de my navaja
sangre
y la piedra grite
y el muro respire como un pecho
*
com um toco de carvão
meu lápis vermelho e um giz roto
desenhar teu nome
o nome de tua boca
o signo de tuas pernas
na parede de ninguém
na porta proibida
gravar o nome de teu corpo
até que a lâmina de minha navalha
sangre
e a pedra grite
e o muro respire como um peito.
*
Pulsas, palpas el cuerpo de la noche,
verano que te bañas en los ríos,
soplo en el que se abogan las estrellas,
aliento de una boca,
de unos labios de tierra.
Terra de labios, boca
donde un infierno agónico jadea,
labios en donde el cielo llueve
y el agua canta y nacen paraísos.
Se incendia el árbol de la noche
y sus astillas son estrellas,
son pupilas, son pájaros.
Fluyen ríos sonámbulos,
lenguas de sal incandescente
contra una playa obscura.
Todo respira, vive, fluye:
la paz en su temblor,
el ojo en el espacio,
el corazón en su latido,
la noche en su infinito.
Un nacimiento obscuro, sin orillas,
nace en la noche de verano.
Y en tu pupila nace todo el cielo.
*
Pulsas, apalpas o corpo da noite,
verão que te banha nos rios,
sopro no qual se afogam as estrelas,
alento de uma boca,
de uns lábios de terra.
Terra de lábios, boca
de onde um inferno agônico jadeia,
lábios de onde um céu chove
e a água canta e nascem paraísos.
Incendeia-se a árvore da noite
e seus estilhaços são estrelas,
são pupilas, são pássaros.
Fluem rios sonâmbulos,
línguas de sal incandescente
contra uma praia escura.
Tudo respira, vive, flui:
a luz em seu tremor,
o olho no espaço,
o coração em seu pulso,
a noite em seu infinito.
Um nascimento escuro, sem orlas,
nasce na noite de verão.
E em tua pupila nasce todo o céu.
Tradução de Elson Fróes, in Jornal Garatuja, nº 35, 1995

5 comentários:

Anónimo disse...

Continuo a ficar agradavelmente surpreendido quando entro neste blog.
Com conteúdo, muito "sumo" e visualmente muito bonito.

Anónimo disse...

Muito obrigada, Mário

Anónimo disse...

Que saudades, meu Deus!

Anónimo disse...

Um HOMEM sempre...
Gostaria de encontrar mais poemas de Octávio Paz nas minha visitas por aqui.

Anónimo disse...

You have an outstanding good and well structured site. I enjoyed browsing through it Latino hot sex images