30/06/2005

xeque-mate

ouço há alguns anos o mesmo ruído de morte que devagar
muito devagar persiste e dói
uma cidade / ruas desertas
esquálidas
soerguidas pelo esforço das ervas
o Castelo
restos intactos de muralhas que
hoje
só têm serventia turística
escadas que não conduzem a nenhures
a torre da Sé
cujo relógio recorda
no toque
a relatividade da vida / a morte é
como Pompeia um vasto
sepulcro onde se enterram todos os nossos sonhos
sob a capa da vulgaridade há sonhos e dor que a ninharia e
os comuns não admitem aos sonhadores
o JJ e o P
pertenciam a esta categoria
em que a ilusão do acreditar mantinha a
essência dum projecto sonhado em excelência -
ser em humanismo empenhados
com desprendimento humorados
com alegria amados /
no espaço de seis meses -
no xadrez da vida
jogaram o último lance
xeque-mate
.
.
.
"as coisas importantes são invisíveis para os olhos"
.
.
.
hoje tento resistir ao inevitável e
cogito
sobre a importância do invisível
em ritmo lento P/JJ mais acelerado na força
na fragilidade
na verdade
no ir mais além/in memoriam
. a tríade.
gabriela rocha martins, 30 de junho de 2005

9 comentários:

Anónimo disse...

o José Júlio, meu colega e director clínico do Subgrupo Hospitalar Capuchos/Desterro, cultivava e privilegiava a amizade. Amizade que nele brotava espontânea, como espontânea e fácil era a sua maneira de viver em contagiante alegria...Adeus, amigo. Até sempre, "My Friend"!

Anónimo disse...

É com imensa saudade que recordo o meu amigo Paulo - o interveniente activo numa sociedade fragilizada quanto a balizas de comportamento e a valores morais - sobretudo, hoje, dia do seu aniversário.

Anónimo disse...

A alegria exuberante de um, o empenhamento do outro, a cumplicidade entre os três.
De tudo fica uma enorme amizade.
Por isso, eis-me aqui.
Um beijo muito amigo

Anónimo disse...

A alegria de teres vivido como viveste e partihado o que partihaste jamais alguém te roubará...Vive, Gabriela! Vive!

Anónimo disse...

Só um beijinho, hoje sem palavras.

Anónimo disse...

Os amigos são para as ocasiões.
Um beijão

Anónimo disse...

Um registo...passei por aqui.

Anónimo disse...

A morte, sendo a consequência invitável da vida, é, também, a sua única certeza.
Por isso, "toca a bolar" a vida p'ra frente.
Um beijão!

Anónimo disse...

O meu desabafo será, sempre, um grito de revolta face ao inevitável. A impotência. Mas, sabia, sabia, Amigos que viriam. Por isso, estava à vossa espera, apenas para dizer - obrigada pessoas muito especiais - MEUS AMIGOS!