ouço há alguns anos o mesmo ruído de morte que devagar
muito devagar persiste e dói uma cidade / ruas desertas
esquálidas
soerguidas pelo esforço das ervas
o Castelo
restos intactos de muralhas que
hoje
só têm serventia turística
escadas que não conduzem a nenhures
a torre da Sé
cujo relógio recorda
no toque
a relatividade da vida / a morte é
como Pompeia um vasto
sepulcro onde se enterram todos os nossos sonhos sob a capa da vulgaridade há sonhos e dor que a ninharia e
os comuns não admitem aos sonhadores
o JJ e o P
pertenciam a esta categoria
em que a ilusão do acreditar mantinha a
essência dum projecto sonhado em excelência -
ser em humanismo empenhados
com desprendimento humorados
com alegria amados /
no espaço de seis meses -
no xadrez da vida
jogaram o último lance
xeque-mate
.
.
.
"as coisas importantes são invisíveis para os olhos"
.
.
.
hoje tento resistir ao inevitável e
cogito
sobre a importância do invisível
em ritmo lento P/JJ mais acelerado na força
na fragilidade
na verdade
no ir mais além/in memoriam . a tríade. gabriela rocha martins, 30 de junho de 2005
9 comentários:
o José Júlio, meu colega e director clínico do Subgrupo Hospitalar Capuchos/Desterro, cultivava e privilegiava a amizade. Amizade que nele brotava espontânea, como espontânea e fácil era a sua maneira de viver em contagiante alegria...Adeus, amigo. Até sempre, "My Friend"!
É com imensa saudade que recordo o meu amigo Paulo - o interveniente activo numa sociedade fragilizada quanto a balizas de comportamento e a valores morais - sobretudo, hoje, dia do seu aniversário.
A alegria exuberante de um, o empenhamento do outro, a cumplicidade entre os três.
De tudo fica uma enorme amizade.
Por isso, eis-me aqui.
Um beijo muito amigo
A alegria de teres vivido como viveste e partihado o que partihaste jamais alguém te roubará...Vive, Gabriela! Vive!
Só um beijinho, hoje sem palavras.
Os amigos são para as ocasiões.
Um beijão
Um registo...passei por aqui.
A morte, sendo a consequência invitável da vida, é, também, a sua única certeza.
Por isso, "toca a bolar" a vida p'ra frente.
Um beijão!
O meu desabafo será, sempre, um grito de revolta face ao inevitável. A impotência. Mas, sabia, sabia, Amigos que viriam. Por isso, estava à vossa espera, apenas para dizer - obrigada pessoas muito especiais - MEUS AMIGOS!
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