Penso nos dias negros, nas cavalgadas
vazias,
nos versos que os rios aclaram.
Já não me oculto entre florestas invisíveis.
De regresso às estrelas, os olhos brilham. Em Praga, o rio Moldava, a música
de Smetana, os castelos ilógicos
- a sombra de Kafka.
Nos plátanos escuros, a luz
onde os poetas se abrigam espalha
a água, as fórmulas mágicas,
a lua secreta. Vencidos os inimigos interiores,
as muralhas desmoronam-se
e a luz canta a maresia, o sol
- o ouro nocturno,
quando as ondinas entoam os seus
cânticos luminosos, compostos em louvor dos rios. Maria do Sameiro Barroso
4 comentários:
poema rei que me traz lembranças de um outro Verão também em Praga
Memórias feitas de água e povo.
Janelas abertas ao interior duma poetisa ávida de sonhos.
Um estilo gerido na coexistência de recordações.
Viagens...Momentos...!
de facto, há uma singular beleza na palavra, na mulher/poeta.
daí o poema/rio/flor.
Domo a minha paciência na leitura destes versos de um rigor adulto
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