28/06/2005

As Cavalgadas Vazias

Penso nos dias negros, nas cavalgadas
vazias,
nos versos que os rios aclaram.
Já não me oculto entre florestas invisíveis.
De regresso às estrelas, os olhos brilham.
Em Praga, o rio Moldava, a música
de Smetana, os castelos ilógicos
- a sombra de Kafka.
Nos plátanos escuros, a luz
onde os poetas se abrigam espalha
a água, as fórmulas mágicas,
a lua secreta.
Vencidos os inimigos interiores,
as muralhas desmoronam-se
e a luz canta a maresia, o sol
- o ouro nocturno,
quando as ondinas entoam os seus
cânticos luminosos,
compostos
em louvor dos rios.
Maria do Sameiro Barroso

4 comentários:

Anónimo disse...

poema rei que me traz lembranças de um outro Verão também em Praga

Anónimo disse...

Memórias feitas de água e povo.
Janelas abertas ao interior duma poetisa ávida de sonhos.
Um estilo gerido na coexistência de recordações.
Viagens...Momentos...!

Anónimo disse...

de facto, há uma singular beleza na palavra, na mulher/poeta.
daí o poema/rio/flor.

Anónimo disse...

Domo a minha paciência na leitura destes versos de um rigor adulto