26/11/2005

150 anos depois. A Eça de Queirós, com um dia de atraso...

Em 25 de Novembro de 1845, nasce na Póvoa de Varzim, José Maria Eça de Queirós, considerado como um dos maiores romancistas portugueses.
Após o curso de Direito, ingressa, em 1872, na Carreira Diplomática.
Foi, inicialmente, colocado em Cuba. Mais tarde, em Inglaterra. Segue-se o cargo de cônsul, em Paris( 1888), cargo esse que desempenhará até à sua morte.
As primeiras obras, publicadas em Portugal, foram ensaios e relatos curtos, caracterizados por uma fortíssima ironia e uma fantasia macabra. Mais tarde, integrará o grupo de intelectuais portugueses, impulsionadores das reformas artísticas e sociais, característica do realismo e naturalismo literários. É, durante os seus anos como cônsul, que Eça de Queirós escreve as suas obras mais famosas, nas quais denuncia os males da vida portuguesa contemporânea. Por exemplo, em "Os Maias", considerado o seu melhor romance, e, escrito em 1888, Eça descreve a degenerência de uma família, como símbolo da decadência da alta burguesia portuguesa, e, "A Cidade e As Serras" ( publicada, postumamente, em 1901 ) relata a sua nostalgia pelas belezas rurais portuguesas.
Faleceu, em Paris, em 16 de Agosto de 1900.
Em 1901, Carlos Loures entrevista Eça de Queirós, em Paris....
- A França e a sua cultura influenciavam fortemente os políticos e os intelectuais portugueses. Aliás, é a sua fórmula: Portugal é um País traduzido do francês vernáculo. Passados tempos, alterou essa formulação: Portugal é um país traduzido do francês em calão.
- É verdade. E se a primeira fórmula, mais subtil e exacta, colando-se à realidade como uma pelica, foi acolhida com secura e impaciência, a segunda foi recebida com reboliço, e rolou de mão em mão como uma moeda de ouro bem cunhada e rutilante. Já a encontrei brilhando num almanaque, numa comédia do Príncipe real e num sermão.
- A que atribui essa diferença de acolhimento?
- Quem sabe? Talvez porque a ideia da vernaculidade desagradava, lembrando pedantismo, caturrice, a Academia das Ciências, o pingo de rapé, outras coisas antipáticas. Enquanto a ideia do calão nos sugere, sobretudo a nós lisboetas, chalaça alegre, bacalhau de cebolada, Chiado, Grémio, pescada frita nas hortas, em tarde de sol e poeira, e outras delícias, de que eu, ai de mim, estou aqui privado!
....

3 comentários:

Anónimo disse...

Eis, também, a importância dos blogs. Lembrar datas que a maioria de nós esqueceu ou nem sabe...

Anónimo disse...

Obrigada, Amiga!

Anónimo disse...

gostei bastante deste blog me ajudou a tirar um 10 na escola