O dia assenta em varas de cristal -
Quatro são, mais o puro pensamento:
É esta quinta vara que lhe vale,
Erguendo-o, poderosa, bem ao centro. Como tenda de circo que se instale
Sobre as cinco varas que eu invento,
O ar é pano de luz que desce lento,
E a manhã só se acende ao meu sinal. Oh, cinco varas, cinco dedos d'alma,
Puxando o infinito para perto,
Pra que eu me perca no azul do ar. Breve, minha inquietação se acalma
E o meu coração bate mais certo -
Vou com a luz quando o dia acabar. António Simões, inédito, 2004.
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