A pedra, por exemplo,
é um arco no espaço.
O fósforo, por exemplo,
é um marco, um lugar. Tudo penetra em tudo
e forçoso é pensar
nas conjunções desse tudo
com tudo que o vai ligar. Que separa o céu da terra
quando a verdura da erva
é junção de solo e ar? Que separa a ave esguia
da árvore que lhe assegura
o repouso e a afeição? Que separa o sol da chuva
quando na luz e na nuvem
há sulcos de confusão? João Rui de Sousa, in "Os Percursos e as Estações ( 2000)", Janeiro de 2004.
3 comentários:
Venho do outro lado da lua e aqui páro.
Em busca de quê?
De MIM.
Estruturalmente muito bom este poema.
A sua arquitectura enche-nos os olhos e a alma.
muito obrigada.
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